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Reaja, de Cristóvam Buarque

  • Foto do escritor: Iêda Lima
    Iêda Lima
  • 18 de mai.
  • 3 min de leitura

Como escritor, além de todas as já conhecidas, dedicadas e exitosas funções públicas que exerceu, destacando-se governador do Distrito Federal e Ministro da Educação, Cristóvam Buarque escreveu a obra “Reaja” dirigida aos jovens do mundo inteiro. Publicada em 2012, pela Garamond Editora, o autor revela que se inspirou no filósofo francês, à época com 95 anos de idade, Stéphane Hessel, que publicou um panfleto intitulado Indignem-se (“Indignez-vous”). O filósofo convidava os jovens a reconquistar sua força de resistência que foi manifestada durante o nazismo. Cristóvam relata que comprou a 13ª edição francesa na cidade de Hamburgo, Alemanha e confessa: “Ao lado da livraria, em um café Balzac, de uma só vez li o texto (de 30 páginas) e ali mesmo, inspirado no Hessel, que eu conheceria alguns meses depois, escrevi este Reaja”.

Cristóvam usa sua obra para desabafar sobre problemas que seguem atuais e estão se intensificando no Século 21 e convida os jovens a se dedicarem um tempo na reflexão sobre a essência das suas vidas, quer seja pessoal ou socialmente.

O autor discorre sobre a desigualdade econômica e social, a fome e o analfabetismo, quando vemos crianças com fome, sem roupas, brinquedos e higiene; escolas de níveis distintos que caracterizam uma educação desigual; saúde privilegiada para quem paga e defensora das empresas de medicamentos; trabalho sem gosto, nem vocação; tanques de guerra nas ruas e fuzis apontando para civis; injustiça com os mais pobres e raças discriminadas; mortes por violência e acidentes de trânsito; uso incorreto e destruidor da floresta e das moradas indígenas para produzir energia; destruição do patrimônio cultural por ganância da construção civil; maldade da estrutura agrária, com áreas gigantes de terra sem homens e gigantesco número de homens sem-terra; genocídio cultural, por conta do analfabetismo, gerando uma massa inconsciente; destruição da Natureza para satisfazer um consumo supérfluo e desenfreado, gerando um alto custo para as gerações seguintes; riqueza medida pelo PIB, que tem como um dos eixos o valor das armas produzidas; miséria do desemprego e do excesso de trabalho; escravidão do Século 21, sob a forma direta do trabalho forçado, disfarçada em serviços domésticos, trabalho infantil e a moderna escravidão das dívidas; tempo roubado da leitura, do namoro, de exercitar uma profissão que não dá prazer; economia que diz ciência, sem uma visão  de ética, em que não defendemos “as cores da economia como a verde, porque respeita a natureza; vermelha, por  ser comprometida com a redução da pobreza e a boa distribuição do produto de renda; amarela, por ser produto de conhecimento, da ciência e tecnologia a serviço de todos, conforme a necessidade de cada um, para aumentar a esperança de vida e o conforto; branca, por não atribuir valor às armas; azul, por medir a riqueza com base no bem-estar e na felicidade das pessoas e não no quanto elas ganham, têm ou consomem.”.

Cristóvam segue convidando os jovens a defender a necessidade da internacionalização moral do patrimônio comum da humanidade; lutar pelos direitos daqueles que ainda não nasceram; reagir contra a globalização que começa por cima, universalizando os ricos; considerar o aumento do suicídio que parece tomar conta da humanidade; evitar a alternativa de energia nuclear, que em caso de desastres provocam catástrofes que perduram por centenas de milhares de anos, atingindo centenas de milhares de pessoas; reagir contra a universidade alienada dos problemas do mundo, a qual não usa a filosofia, que faz o profissional uma máquina de pensar ao invés de um ser pensante.

O autor faz uma comparação entre o capitalismo e o socialismo, em que o primeiro “é um carro de luxo em alta velocidade na direção de um abismo jogando poeira no povo da margem; e o socialismo é um ônibus com velocidade um pouco menor que recolhe todos os que estavam na margem, mas vai na mesma direção do precipício” e convida os jovens a pensar em uma nova utopia, pois ambos estão em crise. E que essa nova utopia inclua “a escola de qualidade para todos será a escada para a posição social, conquistada livremente, conforme o talento, a persistência, os desejos e a vocação.” Onde não haja discriminação de defeito físico, raça, gênero, opção sexual ou religião.

Por fim, Cristóvam Buarque convida os jovens a se rebelarem contra a corrução dos políticos, gestores, mídia, sindicatos etc.; a defenderem o equilíbrio e a paz entre os povos judeus e palestinos; a reagirem ao imobilismo e ao sectarismo, pois o provoca paralisia física e o segundo paralisia mental; e que “leia, leia muito, mas interagindo com o autor; às vezes para deslumbrar-se, outras para indignar-se; outras para entender e outras para se contrapor. Liberte os personagens trazendo-os à vida da sua imaginação, não os deixe prisioneiros dos livros em páginas fechadas, cemitérios de livros esquecidos.

O autor termina dizendo: “ESCREVA SEU PRÓPRIO LIVRO, com suas ideias e ações.

 

 


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