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Meus quintais - Jurani Clementino

  • Foto do escritor: Iêda Lima
    Iêda Lima
  • 1 de abr.
  • 3 min de leitura

Meus quintais, de Jurani Clementino, Editora Papel da Palavra, 1ª edição, 2023, é uma coleção de suas crônicas escritas entre 2018 e 2021, que contam histórias de como ele vivenciou e carregou nas suas memórias as mais diversas experiências da vida de um sertanejo que ajudava sua família nos afazeres do sítio e tinha muita dificuldade para estudar, pois lá sequer tinha energia elétrica.


Pois bem, esse contador de histórias sobre o sofrimento a que era submetido junto com os familiares e vizinhos na área rural do município de Várzea Alegre, no Ceará, teve que abandonar sua terra para realizar seu sonho de seguir estudando e se formar em jornalismo. Em 22 de novembro de 2019, Jurani Clementino tomou posse da Cadeira nº 29 da Academia de Letras de Campina Grande. Ele mencionou em seu discurso de posse, que virou a primeira crônica do livro, que quando seu antecessor o jornalista, professor e teatrólogo Hermano José Bezerra de Lima tomou posse em 26 de março de 1994, ele tinha apenas 15 anos de idade.


Destacou a importância que teve o seu pai, quem o despertou para a cultura popular, e sua mãe que embora professora por 25 anos sempre cuidou com muito carinho da casa e dos filhos. Fez um resgate da decisiva influência da professora Maria Aparecida Albuquerque quem, ao corrigir uma das suas redações, teria dito “você vai fazer jornalismo em Campina Grande porque seu texto já é jornalístico.”


Isto aconteceu quando ela foi ao Ceará para ministrar um curso de capacitação para os professores do Programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), do qual ele era um deles. 

E foi assim que Jurani Clementino se mudou de vez de Várzea Alegre/CE para Campina Grande/PB, no ano 2001. Ou seja, aos 22 anos ele passou a residir na Rainha da Borborema. Como disse o autor nessa crônica “...Eu era um forasteiro igual a muitos que por aqui chegam. Um sertanejo errante e curioso. Um menino de sítio, caboclo, matuto. Cheguei aqui repleto de saudades de lá. Cheio de lembranças, de coração partido pela tristeza de uma primeira partida. Campina me acolheu. Fui recebido pelas suas ruas e sua gente. Fui conquistado pelo seu clima e pelas noites agradáveis, e aos poucos fui me sentindo em casa...” Pag. 21


Só que a saudade, as lembranças de tantas histórias lhe fizeram produzir crônicas, pois como diz a seguir na sua crônica Do Roçado Cearense às Academias Paraibanas: “...Nestes quase 20 anos de Campina Grande, consegui perceber também, à distância, toda a poesia que foram aqueles momentos vividos em Várzea Alegre-Ceará...Estou preso àquelas memórias...Algumas histórias parecem adormecidas em mim e demoram a acordar” pg.22-25


Das 72 crônicas contidas na obra Meus Quintais destaco Paim, meu Avohai, Uma Réstia, um Telhado, uma Goteira, A Janela do Quarto de Dormir, Marizada, Contemplação da Chuva, A Grávida, o Andor e a Procissão, O Vaqueiro e a Ordenha, Peixe e Pescaria, como resgate de memórias do menino sertanejo; e Maria, José, Jesus e a Fuga para o Egito, Chinelo de Rosinha, Um Quadro Pendurado na Parede, Sítio, Eu, Carolina de Jesus e o Arco-Iris, Clarice Lispector – 100 Anos, Live Maria Bethânia, João Grilo, Chicó e Ualmarim Quépes, Sentimentos de Ausência e Presença, Fogo na Serra e Um Ocaso de Acasos: Entrevista com Raimundo Fagner, que refletem o adulto reflexivo, crítico e promotor da cultura popular, da arte e da literatura.

 



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