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EU PARECE QUE TÔ VENDO - Jessier Quirino

Foto do escritor: Iêda LimaIêda Lima

Ler Jessier Quirino é adentrar a cultura popular e seu acervo de símbolos, criados pelo sertanejo, brejeiro e todos os povos da imensa e rica geografia nordestina. 


Autor de várias obras dentre elas Paisagem do Interior, Agruras da Lata D’água, O Berro Novo, “até Jessier entrar em cena, a poesia popular nordestina e a narração dos causos ficavam com declamadores como Raudênio Lima, José Laurentino ou Chico Pedrosa que, na prática, fazem uma extensão do cordel”, como disse José Teles, quem fez o prefácio da sua mais recente obra, “EU PARECE QUE TÔ VENDO”.


Com esse livro lançado em 2024, pela Editora Bagaço, quando ele completou 70 anos e tomou posse na Academia de Letras de Campina Grande (ALCG), Jessier nos presenteia com poemas e um pouco de prosa que expressam de forma lúdica, crítica, reflexiva e repleta de humor afiado o essencial da expressão popular.


Na primeira parte, o leitor é beneficiado com um QR CODE ao lado de cada poema, para escutar o mesmo pela própria voz do autor ou em parceria com Renato Teixeira, Xangai, Chico César e Flávio José. O primeiro dessa parte é o “Eu parece que tô vendo as coisas lá do sertão”, que traz:

...Reboliço na cozinha

Batendo louça e panela

Galinha choca amarela

Correndo atrás dum gatinho

Gritaria: “olha o bichinho!!”

- Acode, Teca e Tião!!

Teca leva um trupicão

Já cai se rindo e gemendo

Eu parece que tô vendo

As coisas lá do sertão...


A segunda parte vem decorada de temas que envolvem a relação com a Natureza, a Culinária e a Cultura Musical nordestina; a reverência ao grande José Lins do Rêgo e à Amazonas, “a mãe da floresta sem iguais” ; e a crítica ao desequilíbrio entre a necessidade do povão e a falta da adequada resposta pelos políticos. 


Os dois últimos mexeram especialmente comigo: “Bagagem do Pescador” e “Cuscuzeira Preta”, por me lembrarem do tempo de criança. Meu pai era pescador e caçador e com isto assegurava a nossa proteína semanal; e fui baliza do Diocesano Pio XI, num desfile de 7 de setembro.


As lembranças que Jessier nos traz no último texto “Brincadeira de menino” faz um encerramento com chave de ouro do seu "cordel nordestino".


Capa do livro de Jessier


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Iêda Lima

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